sábado, 4 de outubro de 2008

Paliativo (2)

Eu lembro de um episódio de Friends em que Joey tentava ser um escritor. Para tanto, Chandler e Ross estipularam que ele deveria escrever no mínimo oito páginas por dia para manter um ritmo. Ou Chandler seria um escritor, não importa.
O ponto é: sinto-me exatamente como Joey (ou o Chandler) tentando encontrar alguma coisa pra dizer e não saindo de observações superficiais e cotidianas, tão cansativas. Mas eu e meu querido co-escritor fantasma (não para qualquer personalidade importante ou representativa, apenas de nós mesmos) temos uma meta de no mínimo uma postagem a cada dois dias. Pra manter o ritmo. Mecânico, quem sabe não entre na nossa essência esse trabalho braçal e em algum momento haverá uma situação de bem-estar em que de fato o blog passe a fazer qualquer sentido, ainda que para nós mesmos. Esperando o momento, vamos enfeitar.

Eu pensei em fazer uma descrição de uma relação que havia surgido enquanto assistia "Ensaio sobre a Cegueira". Por qualquer motivo obscuro, filmes de zumbi não saíam da minha cabeça a projeção inteira . Entendia finalmente o que tanto me atraia naquele show de horrores com cabeças voando e intestinos vazando por corpos abertos e desfigurados. Não poderia ser um mero atrativo da curiosidade sádica, ou de um interesse despreocupado com a anatomia humana, ou da exposição dos piores instintos. E a associação básica e essencial do caos tanto no hospício quanto na maioria dos filmes de zumbi situados num pequeno núcleo cercado pelos mortos-vivos não era suficiente, apesar de bastante óbvia: "o que aconteceria se tivéssemos que lidar com a nossa verdadeira natureza perante o risco, o perigo, a morte, a fome, o desespero, etc".
O que me atraiu no "Ensaio sobre a cegueira" e continua me atraindo nos filmes de zumbi é a sensação de humanidade que sempre me despertam. Aquela mesma coisa da mulher do médico no final do filme, sabe? Ou talvez tenha sido mesmo o circo de horrores. Não estou com vontade de elaborar.

Filmes essenciais de um adolescente entendido de cinema: Trainspotting, Requiem para um Sonho, Across the Universe, Tarantino - a maioria, Old boy, Edukators, Na natureza Selvagem, Clube da Luta, The Wall. (Copiado diretamente de um perfil do orkut.)
Não é uma crítica. Achei bonitinho, sério! Não estou sendo irônica. Gosto muito desses filmes. Na verdade, minha foto do msn é o sick boy de Trainspotting. Juro! A-M-O esses filmes.

De onde vem a incapacidade de hierarquizar mesmo depois de uma vida inteira de listas? Ah, merda.


E aí, other Liechtenstein child? Em quem vai votar?

XOXO
p.s.: Eu sei que a alusão a Friends não tem sentido algum pra aquilo que eu queria dizer, mas não me importo!

Um comentário:

Thiago. disse...

2313633

Perdi ambos.